Está chegando o momento em
que os pseudo líderes necessitam juntar o rebanho. Ao mesmo tempo os
líderes precisam do apoio declarado dos seus seguidores. Em qual
grupo você se enquadra?
Momentos que antecedem
eleições, plebiscitos e demais consultas são períodos em que as
nossas caixas de correios (físico e/ou eletrônico) são
constantemente preenchidas com lembranças, mensagens de apoio,
conclamações e etc., as ruas são decoradas com cartazes e fotos de
pessoas sorridentes, rostos simpáticos juntos a belas e saudáveis
criancinhas. Obras e reformas passam a acontecer tão rapidamente que
parecem mágicas. Nesses períodos deixamos de ser o “Zé Sem
Importância” e passamos a ser recebidos de braços abertos por
“pessoas importantes” (ou por aquelas que querem se tornar
importantes). Somos constantemente procurados para um simples aperto
de mão – outrora um distante aceno de “olá” não acontecia.
Convites para beber cerveja, churrascos e jogar no time de futebol
chegam a ser exagerados.
Essa é a melhor época
para refletirmos em quais ações e conjunturas o verdadeiro líder se faz
lembrar pois a pessoa do líder um dia parte mas suas obras (boas ou
ruins) ficam e o mais importante ou mais permanente é o legado moral
deixado por ele. Essa reflexão é mister para evitarmos a
contaminação pela simpatia momentânea e pela transferência de
responsabilidade através de argumentos usados por aqueles que não
fazem o que deve ser feito, não fizeram o que deveria ser feito e
não cumpriram o que foi prometido, ou melhor, não cumpriram aquilo
que nossos ouvidos ouviram – até hoje não conheço algum
“político” que tenha deixado de cumprir uma única promessa.
Ando pelas ruas e vejo
cartazes de pessoas felizes com dizeres que atestam que os
mesmo personagens são 100% altruístas. Vou a restaurantes e sou recebido
com sorrisos e apertos de mãos pelas mesmas pessoas dos cartazes e
que (pasmem) lembram de alguma passagem do meu passado, passagem essa
que nada diferencia de histórias comuns que todas as pessoas já
vivenciaram. Ligo o rádio, leio o jornal, inspeciono o meu espaço
social e percebo o quanto não sou importante em outros
momentos. Percebo que as revindicações aceitas com promessas tem a
mesma importância do vôo de uma mariposa à procura de luz na vida do
Presidente dos EUA.
Está próximo o
momento em que se deve exercer a escolha entre ser gado ou seguidor, de
deixar de ser ouvinte para ser legítimo cobrador (aquele
que cobra dívidas legítimas). Não mais permitir que sejamos ludibriados
por pseudo líderes que criam e sobrevivem de pseudo dívidas
(promessas). Uma grande caminhada começa sempre com os primeiros
passos, ou seja, jamais se conseguirá mudar o comportamento político
do país se não o fizer no estado, município, bairro, clube,
igreja, condomínio, lar e etc. Não cometamos mais o equívoco da ausência nas
decisões para depois transferir a responsabilidade das ações a
terceiros que não tem compromisso algum com as nossas vidas
(leia-se: o único compromisso é o de melhorar a própria vida). Deve-se verificar que muitas vezes o responsável pela crítica participava ativamente das decisões que resultaram no objeto da mesma.
A transformação do
mundo da "Democracia Cênica" para o mundo da "Real Democracia" depende,
sobre tudo, da participação lúcida dos cidadãos (até podem
haver votos errados, mas que sejam lúcidos). Agir com base nos
princípios do civismo (proteção de valores e práticas benéficas
ao coletivo) implica em fazer com que mais em mais pessoas adotem
tais princípios.
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